Viciado em Cinema e TV

quinta-feira, julho 14, 2005

Crítica: Batman Begins

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Alfred Pennyworth: Why bats, sir?
Bruce Wayne: Bats frighten me. It's time my enemies share my dread.

Não se iludam com o passado!... A primeira premissa a aprender para poder ver este filmes com gosto é uma: "Ignorem todos as adaptações cinematográficas do Batman que tenham sido feitas anteriormente". O Batman começa realmente agora. O verdadeiro Batman está aqui!...

Quase...

Para falar sobre este filme vou desdobrar-me por tópicos, já que existem tantos factores que condicionam o mesmo...

Christian Bale: Uma escolha inesperada para o protagonista... Pessoalmente, é um actor de minha preferência que conseguiu diferenciar perfeitamente Bruce Wayne e Batman, até ao ponto possivel de diferenciação. A voz dele quando veste o fato "negro" muda para um tom mais grave e rude, contudo a única falha no desenvolvimento da personagem (que de uma maneira geral até é credível quando comparadas com outras adaptações vindas da BD para cinema) é considerar que Batman é mais controlado do que normalmente ele é... Batman, na BD, é por vezes tão maníaco como os inimigos que persegue! Esta falha deve-se mais ao argumento do que a interpretação, que Bale procurou transpor, de forma a credibilizar mais a personagem de Bruce Wayne, coisa que teria sido esquecida constantemente nos passados filmes. Para primeiro filme está uma interpretação coerente com o pretendido, contudo espera-se mais caso venha-se a realizar a dita sequela com Joker como arqui-inimigo...

Christopher Nolan: Eu gosto de Tim Burton, mas enquanto que Burton é especialista em coordenar a criação de ambientes, Christopher Nolan é especialista em criar "realidade"... Daí que não tenha sido um grande surpresa a escolha deste realizador que conta na sua curtíssima carreira a realização de "Memento" e "Insomnia". Nolan trouxe a personagem Batman de novo à terra, apostando no envolvimento psicológico das personagens, e numa acção mais contida e mais credível, sem "heranças ao género de 007". Boa realização. A sequela só pode existir se continuar a ser realizado por ele.

Katie Holmes: Ela não é tão má quanto se diz... "tadinha"... Contudo, nem a sua personagem, nem ela, conseguiram dar o caracter forte das personagens femininas habituais de Batman, e isso causado pelo "ar" de adolescente que Katie tem. Até metade do filme ela foi perfeita como amiga/primeira paixão de Wayne, mas apartir da segunda metade não conseguiu agarrar a personagem de forma convicente. Porém, uma personagem como a dela foi de facto uma mais valia para delimitar entre o antes Batman e o após Batman. Não vai aparecer na sequela, e não vai deixar saudades, por isso... adiante.

Os actores de suporte (Gary Oldman, Rutger Hauer, Morgan Freeman, Michael Caine): Outro dos grandes pormenores descuidados nos últimos filmes, vão solidificar a personagem de Bruce Wayne, surgindo como reflexo e por vezes consciência de Batman (caso de Gary Oldman) ou de Bruce Wayne (caso de Michael Caine que está fabuloso). É de facto espantoso que actores de renome tenham aceite ficar no lugar de suporte neste projecto, conseguindo criar o elenco de luxo que Nolan queria.

Os Vilões (Liam Neeson, Cillian Murphy, Ken Watanabe, Tom Wilkinson): Sim, eles são quatro... cada um deles ataca de uma forma diferente as diversas figuras de Batman. Liam Neeson e Ken Watanabe (Ducard e Ra's Al Ghul) atacam a ética de Batman/Bruce Wayne como justiceiro, Tom Wilkinson representa a figura maléfica que desperta o desejo de vigança de Wayne, e Cillian Murphy é mais um louco, "tal como Batman", que lhe recorda o passado e as suas principais figuras de mede. Contrariamente ao passado, o cerne da escolha dos vilões é a figura de Batman. De tal forma que quando é apresentado Joker como sendo o próximo vilão principal, é apresentado por Gary Oldman como sendo uma reflexo das acções de Batman como figura mascarada e algo teatral...

A História / O filme: O argumento acompanha as fases necessárias para entender e perceber a criação da figura de Batman. Porquê morcegos? Porquê a figura mascarada? A forma de flasbacks foi bem usada, não levando a tédio na explicação dos mais pequenos pormenores. Optima fotografia, apostando nos tons terra de forma a trazer mais realismo e identificação com os ambiente apresentados. Gotham City é uma mistura de influências, lembrando várias cidades do mundo.

Sem dúvida, a melhor adaptação de comics do ano (perdoem-me os fãs de Sin City). Claramente, a melhor adaptação de Batman. Mas espera-se mais na sequela...

4 estrelas
Muito Bom



Nuno Cargaleiro @ 15:39


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