Viciado em Cinema e TV

segunda-feira, setembro 05, 2005

Crítica: A Revolta de Igby



Desde à muito tempo que ouço boas referências sobre este filme, fruto de mais uma produção "independente" americana. O conceito apesar de aparentemente básico é algo complexo: adolescente que amadureceu demasiado rápido inicia um trajecto próprio de auto-definição que o poderá levar tanto à sua emancipação familiar, como à sua desgraça. É a personagem que Claire Danes, que aqui consegue uma boa interpretação, que apresenta a melhor descrição do protagonista Igby (Kieran Culkin, a mostrar que é mais do que o irmão mais novo de Macaulay Culkin): um miúdo zangado e revoltado com o mundo.

O pai de Igby (Bill Pullman) sofre de uma doença mental que o mantém paralelo à realidade e a sua mãe (Susan Sarandon) é uma figura não presente afectivamente, porém dominadora sobre a vida dos seus filhos. Igby tem um irmão mais velho (Ryan Phillippe), o qual nota-se desde o início que não tem qualquer afinidade, e o seu "padrinho" (Jeff Goldblum) representa o pior da "escória" de classse alta americana, mantendo uma amante (Amanda Peet) que apesar de uma aparência independente não é mais do que um objecto. É no meio desta realidade de Igby decide fugir e acabar por travar melhor conhecimento com Sookie (Claire Danes), uma jovem rapariga pobre, que será a única que o olhará e "aceitará" como ele é... mas mesmo assim com dissabores pelo caminho.

"A Revolta de Igby" representa, pelo menos para mim, a passagem bruta para a vida adulta: o tomar consciência que o conceito que tinhamos das pessoas que nos rodeiam quando adolescente pode ser alterado ao perceber-se que temos mais dessas pessoas do que acreditavamos, e de que compreendemo-las melhor do que estariamos à espera. Num mundo confuso e apressado, num momento da nossa vida onde qualquer pequena decisão pode modificar o resto da nossa vida, Igby acaba por fazer as pazes com o passado de modo a conseguir avançar em frente para seguir de cabeça erguida.

Filme interessante, sem bem que um pouco sobrevalorizado, vale pela forma de nos identificarmo-nos com as personagens...

3 estrelas
Bom

Nuno Cargaleiro @ 18:53


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